terça-feira, 2 de agosto de 2011

Sabe aquela histótia... caiu na internet...

Teresinha de Jesus que da queda não levantou

anteontem
um menino inda sem barba na face
vestindo uma camisa encharcada
de suor
me passou nos cabelos e
no rosto suas mãos sujas e carinhosas
e não me disse palavra
mas me mostrou
seus dentes

ontem
um moço aprumado – usava
sapato e gravata e um anel - me envolveu o pescoço
com suas mãos dedos unhas e
língua
e me disse umas palavras
e tragou o meu perfume

hoje
um rapaz púbere
aqui na cerca de casa bateu palmas
e entrou
atravessou o jardim e pisou nas margaridas - que eu plantei e não colhi –
sentou-se na mesa misturou o feijão e
o arroz e mastigou uns bocadinhos de carne e
me arrancou o avental do corpo mais as vestes que eu trajava mais o seu cinto
a sua calça a sua camisa de botões nunca alinhados e por fim suspirou e
me chamou surpreendentemente de
amor


o que eu respondi? sequer sus
pirei
fiquei pensando no meu corpo
estirado
naquela cama meu corpo que sou eu meu corpo: duas pernas
duas mãos
meu corpo que é feito de osso e pensamento e
carne
corpo meu corpo que tem um nariz assim mais
dois olhos e
dois pés – que me aguentam – mais uma boca
oca

(thainá czapla)

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